Castelo Rodrigo
A Aldeia Histórica de Castelo Rodrigo é, no seu todo, um autêntico espaço monumental que conserva importantes referências no plano medieval. Entre os monumentos que acrescentam valor ao património histórico são de destacar as velhas muralhas, as ruínas do palácio de Cristóvão de Moura, o Pelourinho quinhentista, a igreja matriz, a cisterna medieval e os vestígios que atestam a presença de uma importante comunidade de cristãos-novos. Durante mais de 600 anos, a povoação foi vila e sede de concelho. Em vários momentos da história nacional, os seus habitantes destacaram-se pela sua coragem e lealdade à coroa.
História
A nossa história o seu tempo
O território de Riba-Côa foi ocupado desde tempos remotos, havendo vestígios paleolíticos, megalíticos, da cultura castreja, romanos e árabes. A preocupação com a reorganização e povoamento desta área na época da Reconquista é patente nas doações aos freires Salamantinos, fundadores da Ordem de S. Julião do Pereiro, e aos primeiros frades de Santa Maria de Aguiar, oriundos de Zamora, de que o Mosteiro de Santa Maria de Aguiar, de fundação cisterciense do séc. XII, é importante testemunho.
Conquistada aos Árabes no séc. XI e dependente do Reino de Leão, foi vila elevada a concelho por Afonso IX, integrando definitivamente o território português a 12 de Setembro de 1297, pelo Tratado de Alcanizes - assinado por D. Dinis, que confirmou o seu Foral em Trancoso e mandou repovoar e reconstruir o Castelo, ação repetida por D. Fernando I, que também lhe concedeu Carta de Feira, em 1373.
Castelo Rodrigo está rodeado por uma cintura amuralhada inicialmente composta por 13 torreões (à semelhança de Ávila). Mantém a sua traça medieval, que irradia da alcáçova e acompanha a topografia. Pelas suas ruas encontram-se casas interessantes, umas manuelinas, outras construções árabes, como a casa nº 32, com inscrição e uma carranca, para além da cisterna, de 13 m de fundo, com uma porta em arco de ferradura e outra ogival.
Estando na rota de peregrinos a Compostela, aqui se ergueu a Igreja de N. Sra. de Rocamador, fundada por uma confraria de frades hospitaleiros vindos de França no séc. XIII.
Por ter tomado partido por Castela na crise de 1383-85, D. João I castigou Castelo Rodrigo, mandando que o seu brasão ficasse com as armas reais invertidas e a vila dependente de Pinhel. O pelourinho manuelino - de gaiola e grandes dimensões, atesta o poder municipal, regulamentado pelo foral novo de 1508, altura em que D. Manuel, o Rei Venturoso, mandou repovoar a vila e refazer o castelo.
Sob domínio filipino instituiu-se o condado e marquesado de Castelo Rodrigo na pessoa de Cristóvão de Moura, que mandou edificar um Palácio. Após a Restauração este foi destruído pelo povo. No largo de S. João, o padrão assinala e comemora a restauração da independência nacional.
Ainda nas lutas contra Espanha, a vila sofreu em 1664 o cerco do Duque de Ossuna, tendo a sua guarnição de 150 homens resistido heroicamente até à chegada de reforços, travando-se a batalha da Salgadela, junto ao Mosteiro de Santa Maria de Aguiar. Conta-se que o Duque de Ossuna e D. João d’Áustria escaparam disfarçados de frades.
Após as Guerras da Restauração, Castelo Rodrigo foi perdendo a sua importância, e a 25 de Junho de 1836, por Carta Régia de D. Maria II, a sede de concelho foi transferida para Figueira de Castelo Rodrigo.
Historicamente, nenhuma povoação raiana exerceu por tão longo período um lugar tão relevante nas relações Luso-Castelhanas e na defesa do território português.
O que ver

Igreja Matriz
A Igreja Matriz, dedicada a Nossa Senhora do Rocamador, foi fundada no séc. XIII pela Confraria dos Frades de Nossa Senhora de Rocamador, uma congregação que se dedicava à assistência aos peregrinos compostelanos. O Imóvel mantém a tipologia primitiva, é um exemplar de transição entre o românico e o gótico, mas foi sofrendo obras posteriores, nomeadamente nos séculos XVI e XVII, que alteraram a estrutura do templo. Possui planta composta, três naves, pórticos de verga reta e frontão angular. No seu interior podemos admirar um teto de caixotões de madeira pintada com cenas hagiográficas, na capela-mor azulejos do século XVIII, azuis e brancos e no altar-mor azulejos hispano-árabes. A Igreja foi restaurada no final dos anos 90 no âmbito do Programa Aldeias Históricas de Portugal.

Palácio de Cristóvão de Moura
A dinastia filipina que subiu ao trono português em virtude da crise sucessória de 1580, desencadeada pela morte do rei Sebastião na batalha de Alcácer-Quibir, teria impacto direto no velho burgo de Castelo Rodrigo. Efetivamente, Cristóvão de Moura, filho de um antigo alcaide da vila e figura-chave de sua diplomacia durante a crise de sucessão de 1580,mandou construir em Castelo Rodrigo o seu palácio no preciso local onde se situava a alcáçova. A importância deste homem na administração de Portugal durante o domínio filipino fica bem patente no facto de Filipe II de Espanha ter elevado a localidade a condado, tendo atribuído o título de conde ao seu Conselheiro predileto, D. Cristóvão de Moura (1594). Com a morte do soberano, o seu sucessor, Filipe III de Espanha elevou o condado a marquesado (1600), passando o seu titular a ostentar o título de 1° Marquês de Castelo Rodrigo. Com a Restauração da Independência portuguesa, o palácio, símbolo da opressão espanhola, foi incendiado pela população, encontrando-se atualmente em ruínas. Depois de 1640, com a Restauração da Independência, o paço foi arrasado pela população, que o via como uma marca do domínio espanhol, mesmo tendo o seu promotor falecido há quase três décadas. Com relevância militar ainda nos séculos XVIII e XIX, o palácio sofreu obras de consolidação, mas só muito recentemente foi alvo de uma intervenção "consolidação da ruína", promovida pelo IPPAR com o apoio das Aldeias Históricas de Portugal, constituindo hoje um espaço simbólico onde é possível promover eventos de índole cultural.

Pelourinho
Com a atribuição de foral a Castelo Rodrigo por D. Manuel I, é consolidado o seu poder concelhio bem como a sua autonomia jurídica e administrativa. Testemunho desses tempos áureos, ergue-se o Pelourinho, assente sobre os cinco degraus que constituem o seu trono. Os dois inferiores possuem forma quadrangular e, os dois seguintes são octogonais, servindo o último de plataforma à coluna que tem oito lados e remate superior quadrangular. Uma moldura, em cordão, contorna a parte superior do fuste proporcionando-lhe um maior volume. Aqui repousa a gaiola de forma octogonal, decorada com lavores e com chapéu assente em colunelo central e em oito colunelos torsos e canelados, cujos capitéis são de feição manuelina. Como remate possui chapéu de secção circular em forma cónica. Este imóvel foi classificado como Monumento Nacional em Julho de 1922.
Onde dormir

Casa da Amendoeira
Desfrute de uma estadia fantástica, onde o património arquitetónico e a natureza são a riqueza desta mágnifica casa situada na Aldeia Histórica de Portugal de Castelo Rodrigo. Na Casa da Amendoeira existem pequenos detalhes que foram pensados para o acolher no maior conforto. A decoração atraente, melodiosa, suave e inesperada proporciona-lhe momentos distintos.

Casa da Cisterna
Local de grande beleza, em pleno contacto com a natureza, a Casa da Cisterna, em Figueira de Castelo Rodrigo, consegue unir o passado e o presente. Nove quartos e duas suites, carinhosamente recuperados e adaptados a uma nova vida, uma piscina e uma varanda com vista imensa (para tomar o pequeno-almoço ou jantar) fazem desta unidade uma excelente opção de alojamento em pleno castelo da Aldeia Histórica de Castelo Rodrigo. Passeios de burro pelo prado ou de jipe são algumas das actividades que pode realizar nas redondezas, onde a paisagem é rochosa e as oliveiras predominam. A visita às Aldeias Históricas de Castelo Rodrigo, Almeida e Castelo Mendo é obrigatória, assim como às Gravuras do Vale do Côa, ao Parque Natural do Douro Internacional e à Reserva da Faia Brava. Não se esqueça de solicitar uma cesta de piquenique para levar nos passeios.
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Momentos bem passados
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