Aldeias Históricas de Portugal

Aldeias

AH Linhares da Beira – AH Piódão

Linhares da Beira, Piódão

80.41 km

Linhares da Beira

27:05

Lugares de passagem: Vale do Rossim, Sabugueiro, Sra. do Desterro, Lapa dos Dinheiros, Valezim, Vide

::ALERTA:: Devido a um incêndio que lavrou na Serra da Estrela no dia 06/08/2022, aconselha-se prudência ao percorrer este sector de ligação da GR22. Atualizado a 09/08/2022 às 13:00 horas. __________ :::AVISO::: Este sector sofreu alterações de traçado na vertente pedestre depois da aldeia do Sabugueiro, pelo que, deverá seguir o track disponível para download nesta página. Sempre que se aventurar na GR22, aconselhamos a utilização de GPS. __________ Esta é uma das etapas mais exigentes de toda a Grande Rota (GR22). Inicia-se em conjunto com uma das Pequenas Rotas aqui existentes e sobe em direção ao planalto de Videmonte e Casais de Folgosinho. Ao atingir este planalto, percorre toda a cumeada da encosta norte, passando pela Portela de Folgosinho, pelo Posto de Vigia da Santinha e pela casa abandonada dos serviços florestais, antes de chegar ao alcatrão já perto do Vale do Rossim. Aqui encontra a variante da GR22 que faz a ligação à Aldeia Histórica de Belmonte. Antes da barragem e à chegada ao Sabugueiro, uma variante para bicicletas permite encurtar a distância para e evitar troços extremamente técnicos. O percurso desce ao longo da ribeira da Fervença e antes da chegada ao Sabugueiro o percurso separa-se novamente nas duas modalidades. No Sabugueiro a GR22 continua em descida, agora acompanhando o rio Alva, pelas levadas dos aproveitamentos hidroelétricos. Passa pelo Museu Natural da Eletricidade, pela mata aqui existente e pela Capela de Nª Srª do Desterro. Deixa o curso do rio Alva, contornando a serra, e segue em direção à praia fluvial da Lapa dos Dinheiros e à localidade com o mesmo nome, de onde continua por antigos caminhos agrícolas até Valezim. Esta etapa possui duas partes distintas. À saída de Valezim, inicia uma subida que, cruzando a EN231, contorna a encosta sudoeste da Serra da Estrela, sempre em ambiente florestal. Passa pelas estruturas do antigo viveiro florestal mesmo antes de atingir a Portela do Arão. Pouco depois desta rotunda o traçado para bicicletas diferencia-se do traçado pedestre, continuando pela direita e aproveitando as cumeadas. É aqui que se inicia a segunda parte da etapa, agora em descida gradual, ao longo de uma densa envolvente florestal, até entrar no vale da ribeira de Alvoco e alcançar Vide. Depois de cruzar a ribeira de Alvoco no centro de Vide, a GR para bicicletas continua a ter um traçado próprio, subindo às cumeadas e acompanhando um estradão a meia encosta do Monte da Srª das Necessidades. Lá em baixo, o vale foi-se aprofundando nestas encostas constituídas por xistos castanho-escuros, com os quais o Homem foi construindo os muitos quilómetros de muros que suportam as terras que tinham utilização agrícola. O mesmo tipo de pedra também permitiu a construção de muitas casas em xisto que se encontram ao longo do percurso. Mas é Piódão que, como conjunto construído, se assume como o corolário desta etapa.

Fauna e Flora

_LINHARES DA BEIRA_ No planalto serrano sobranceiro a esta Aldeia Histórica, encontramos alguns dos campos agrícolas mais antigos da Estrela. Aqui, já a vermos o Mondeguinho, encontramos alguns bosques de altitude de caducifólias que nos acompanham em toda a encosta de Linhares. A partir dos 1300 m de altitude – e já sem espécies arbóreas – o coberto vegetal é dominado pela urze e pelo zimbro que encontramos no caminho do Malhão e da Santinha. É de salientar a ocorrência, junto ao Vale do Rossim, da rara cegonha-preta. Do lado norte da serra, o rio Mondego evidencia uma densa galeria ribeirinha onde predomina o amieiro, com presença de salgueiros e de freixos. Neste local onde cruzamos o rio, podem observar-se espécies como: a carriça, o pisco-de-peito-ruivo, o chapim-azul, a alvéola-branca, o rouxinol-bravo, entre outras. _VALE DO ROSSIM_ Nas águas da albufeira podem ver-se, por vezes, lontras a caçar os peixes de que se alimentam. Estas águas de altitude não atraem muitas aves aquáticas, mas, durante o outono, a sua envolvente torna-se muito interessante para observar aves migratórias, como os tordos, que procuram nas tramazeiras os seus frutos maduros. Nas vertentes da albufeira crescem algumas plantas com interesse botânico, como a Linaria elegans, um endemismo ibérico. Outro endemismo ibérico, a Lagartixa-do-Guadarrama (Podarcis guadarramae), aproveita os blocos de granito expostos ao sol. As margens da lagoa são ladeadas por salgueiros e o bosque adjacente é formado, sobretudo, por bétulas e pelo Pinheiro-silvestre (Pinus sylvestris). A cumeada que domina a margem esquerda da albufeira culmina numa zona rochosa formada por fragões de forma acastelada, as Penhas Douradas, que dão o nome à zona. _VALEZIM_ As encostas que envolvem Valezim apresentam uma densa cobertura florestal de Pinheiro-bravo (Pinus pinaster), plantada sobretudo a partir da segunda metade do séc. XX. No entanto, núcleos de castanheiros e Carvalho-alvarinho (Quercus robur) bordejam os limites da aldeia. Esta associação florestal atrai uma interessante diversidade de espécies de aves. Chapins e pica-paus procuram alimento por entre a folhagem e os ramos das árvores. Por aqui deambula o Esquilo-vermelho (Sciurus vulgaris) roendo as pinhas para aproveitar as sementes que estas encerram. Os javalis preferem as bolotas e as castanhas que encontram no chão durante o outono. No inverno, os prados são percorridos pela Petinha-dos-prados (Anthus pratensis). E, enquanto isso, na ribeira de águas frias e correntes encontra a Rã-ibérica (Rana iberica) o seu habitat preferencial. _VIDE_ A ribeira do Alvoco, aqui num troço mais tranquilo, está marginada por uma característica galeria de amieiros e salgueiros. Toma forma em Alvoco da Serra, depois de alimentada por várias linhas de água que brotam dos pontos mais altos da Serra da Estrela, terminando o seu curto e acidentado itinerário no rio Alva, na Ponte das Três Entradas. As suas águas correntes e frias são habitadas pela Truta-comum (Salmo trutta), pelo Melro-de-água (Cinclus cinclus) e pelo cada vez mais frequente Corvo-marinho-de-faces-brancas (Phalacrocorax carbo). Nas vertentes que envolvem Vide, destaca-se a presença de plantas como o Medronheiro e o Sobreiro. Mas a maior extensão florestal está composta pelo Pinheiro-bravo, regularmente afetada pelos incêndios. Nesta paisagem é fácil detetarmos o Pica-pau-malhado-grande (Dendrocopos major) e o Gaio (Garrulus glandarius). _PIÓDÃO_ Nas encostas, viradas a sul, da Serra do Açor podemos encontrar, nas maiores altitudes, o medronheiro e os matos de urze. No outono surgem diversas espécies de cogumelos interessantes entre as quais destacamos a Amanita muscaria. O rio Zêzere domina a paisagem neste local e propicia a presença da alvéola-branca e até da garça-real. Junto ao Piódão estamos em plena Serra do Açor. Aqui as formações arbustivas dominam a paisagem surgindo dispersos alguns aglomerados de castanheiros. Poderemos encontrar a raposa ou até a geneta. Já junto às localidades encontramos as culturas, as árvores e os prados em socalcos. Ainda nas zonas de maior altitude, com coberto vegetal rasteiro, encontramo-nos no território de caça predileto da águia-de-asa-redonda e do tartaranhão-caçador.