Aldeias Históricas de Portugal

Aldeias

Casa do Carrasco

Monsanto

Monsanto

A tradição oral local designa o nº 14 da rua de Stº António, por “Casa do Carrasco”. É convicção popular que aqui teriam vivido os carrascos, ou algozes, do julgado de Monsanto. Isto é, aqueles que executavam os condenados à pena de morte ou aplicavam outras sentenças corporais e os atos de tortura para extração das confissões aos réus. Por se tratar de um cargo vil, era comum o recrutamento ser feito entre os condenados à morte ou ao desterro por comutação da pena. A existência de um lintel datado de 1601 (?) onde está gravada uma caveira sobre duas tíbias cruzadas, ladeada pelas palavras em latim “cogita mortem” (que se pode traduzir por pensa na morte), terá dado origem a esta interpretação. Assim, a iconografia macabra assinalava depreciativamente a casa no anonimato da paisagem urbana. Porém, esta singular e, por ora, enigmática peça, claramente fora do seu lugar original, reaproveitada portanto, remete antes para um âmbito religioso (litúrgico ou funerário), sem que, por isso veja diminuído o seu interesse histórico e cultural.