Celebremos Camões

Luís de Camões (c. 1524–1580) é considerado o maior poeta da língua portuguesa e um dos expoentes da literatura universal. Autor de Os Lusíadas e de vasta obra lírica, deixou uma marca profunda na cultura portuguesa. A sua vida permanece envolta em incertezas, provavelmente nasceu em Lisboa, embora algumas tradições apontem Coimbra. A sua mãe, identificada como Ana de Sá, não era natural de Linhares da Beira, como por vezes se afirmou. Tal hipótese foi rejeitada por Adriano Vasco Rodrigues, que a considerou carecer de provas documentais e de coerência cronológica nas genealogias locais.

Camões terá estudado em Coimbra e frequentado a corte lisboeta, onde adquiriu experiência e contactos, mas também inimizades. Quem lhe estudou a vida descreve-o como um homem de carácter indomável, eloquente e brilhante. Serviu como soldado em Ceuta, onde perdeu a visão do olho direito, e mais tarde partiu para a Índia, passando por Goa e Macau. Viveu períodos de adversidade, incluindo prisões e dificuldades financeiras, mas também momentos de intensa criação literária. Regressou a Lisboa na década de 1570, em situação precária, sobrevivendo com uma modesta pensão régia. Morreu em 1580, no mesmo ano da união da coroa portuguesa à espanhola, deixando uma obra que combina exaltação patriótica, reflexão humanista e profunda sensibilidade poética.

Luís de Camões cultivou a poesia épica, lírica, satírica, elegíaca e bucólica, além de ter escrito comédias de modelo erudito no âmbito do teatro renascentista português, como o Auto de Filodemo. Ao longo dos séculos, a sua obra inspirou muitos outros autores, entre eles outro dos nossos génios literários: Fernando Pessoa.

Se queres saber mais sobre o Príncipe dos Poetas:

• Maria Vitalina Leal de Matos, Camões: Labirintos e Fascínios, Lisboa: Caminho, 2000.
• Adriano Vasco Rodrigues, Luís de Camões e a Beira Interior, Castelo Branco: Edições Colibri, 2001.
• Jorge de Sena, Camões: Alguns Problemas, Lisboa: Portugália Editora, 1972.
• Jorge de Sena, Os Sonetos de Camões e o Soneto Quinhentista Peninsular, Lisboa: Edições 70, 1981.
• Vítor Aguiar e Silva, Camões: Labirinto e Fascínio, Lisboa: Gulbenkian, 2011.

Desafio
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